Prof.º Vitor Hugo
15ª AULA
A Filosofia e os sentimentos humanos (3° parte)
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Prezados alunos; hoje nós continuaremos a leitura do texto do Sêneca, seguindo a ordem das postagens anteriores e dando continuação à 14° aula. Na sequência faremos as abordagens e interpretações a respeito deste riquíssimo texto.
VI — 1. A este respeito devemos considerar primeiramente a nós mesmos, depois as tarefas que queremos empreender, depois os homens para os quais ou com os quais teremos de trabalhar. 2. Antes de tudo, é indispensável avaliar-se uma pessoa a si mesma, pois na maioria das vezes exageramos nossas capacidades. Um cairá por ter presumido demais de sua eloqüência; outro quer tirar de seu patrimônio mais do que este pode render: um terceiro esgota seu corpo débil em labores extenuantes. 3. Alguns têm uma timidez incompatível com a vida de negócios, que exige uma fronte intrépida; outros têm uma rigidez que não lograria êxito na corte; outros não sabem dominar sua cólera e explodem com palavras imprudentes ao menor mau humor: outros, enfim, são incapazes de reprimir sua veia e deixam-se levar contra sua vontade a prazeres perigosos: para todos estes, o repouso é preferível à atividade. Um caráter ardente e indócil deve evitar tudo que possa instigá-lo a uma independência perigosa. 5. Devemos examinar se nossas disposições naturais nos tornam mais aptos à ação ou aos trabalhos sedentários e à contemplação pura; e inclinar-nos do lado para o qual nosso gênio nos conduz. Isocrates arrancou com viva força Éforo do fórum, quando se convenceu de que este era mais indicado para escrever história. Jamais um talento que se força produz o que se esperava; e forçar a natureza é sempre inútil. 6. Em seguida, devemos avaliar nossas próprias empresas e colocar na balança nossas forças e nossos projetos. Com efeito, devemos sentir-nos sempre superiores à tarefa que realizamos: um fardo desproporcionado só pode esmagar quem o carrega. De outro lado, há ocupações que, sem terem muita importância, estão cheias de mil complicações: deve-se evitá-las por causa dos apuros sem fim, aos quais elas darão origem. Não nos aventuremos jamais a um negócio em que poderíamos correr o risco de ficar sem saída: aceitemos aqueles nos quais estamos seguros, ou que pelo menos temos esperanças de terminar: deixemos aqueles que se complicam quanto mais se trabalha e que não podem ser interrompidos quando se quer. 7. Deve-se finalmente escolher com cuidado os homens: ver se eles merecem que lhes consagremos uma parte de nossa existência e se são gratos ao sacrifício de tempo que lhes fazemos; pois há os que chegam a considerar os serviços que lhes prestamos como um benefício para nós mesmos. 8. Atenodoro declarava que ele não iria cear mesmo com alguém que não lhe devesse nenhuma obrigação. Tu podes crer, quanto menos ele havia de ir, com os que pagam os serviços de seus amigos por meio de um jantar e que consideram cada prato de sua mesa como uma nova generosidade: como se eles honrassem as pessoas comendo em excesso. Suprime estes testemunhos e espectadores, pois um banquete a portas cerradas não terá mais nenhum prazer para eles.
VII — 1. Mas nada agrada tanto à alma como uma amizade fiel e doce. Que felicidade a de encontrar corações aos quais se possa sem temor confiar quaisquer segredos; consciências, que nos temem menos do que a nossa; companheiros, cuja palavra acalma nossas inquietações, cujos conselhos guiam nossas decisões, cuja alegria dissipa nossa tristeza e cuja vista seja para nós um prazer! Naturalmente, escolhê-los-emos também isentos de paixões, o quanto for possível, pois o vício é contagioso: ele se apodera de nós desde que nos aproximamos e seu contato é funesto. 2. Durante uma epidemia deve-se evitar demorar junto de pessoas já contaminadas e que são vítimas do flagelo; pois contrairemos seu mal e só seu hálito já nos contaminará. Do mesmo modo, quando se tratar de escolher nossos amigos, apliquemo-nos para não nos ligarmos a não ser com homens o menos possível corrompidos: é querer propagar o mal colocar indivíduos sãos em contato com enfermos. Fora disso, não exijo que o prudente seja o único objeto de tuas simpatias ou de teus primeiros passos: e onde encontrarias tu este mortal sem igual, que já procuramos durante tantos séculos? O melhor é o menos mau. 3. Apenas serias tu favorecido na tua escolha, se escolhesses amigos virtuosos entre os Platões, os Xenofontes e em toda aquela fecunda linhagem dos sucessores de Sócrates, ou se pudesses ter a contribuição do século de Catão, que produziu tantas personagens dignas de serem contemporâneas de um Catão. (Produziu também muitos malvados, que tramaram crimes piores que os de qualquer outra época: é que uns e outros eram igualmente necessários para valorizar Catão; são-lhe necessárias pessoas de bem para comparar seu mérito, e más, para seu valor.) Mas hoje em dia, com tão grande penúria de pessoas honestas, deve-se ser menos exigente na escolha. 4. Evitemos, porém, o mais possível as naturezas tristes e queixosas, que não deixam escapar nenhuma ocasião para se lamentar. Por mais fiel, por mais dedicado que possa ser, um companheiro de humor inconstante e que se queixa a cada momento é inimigo de nossa tranqüilidade.
Um abraço e até semana que vem!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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14ª AULA
Virtude e Filosofia (parte 2)
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Prezados
alunos, nesta aula nós continuaremos a refletir sobre a VIRTUDE, e faremos isso porque o desenvolvimento da virtude é essencial tanto para o autoconhecimento humano quanto para o aperfeiçoamento geral de nossa vida. Sem a virtude não seria possível falar de felicidade, bondade e nem mesmo de sabedoria.
Em nossa última live, eu comentei sobre a virtude me baseando no texto de Sêneca da aula passada. Nesta semana, nós vamos ver a importância da virtude para um dos maiores filósofos de todos os tempos: Aristóteles. Confira abaixo um vídeo bastante interessante sobre este assunto:
Aproveite melhor este conteúdo relendo o texto da aula passada. Veja se as características da virtude de Sêneca podem ser colocadas lado a lado com os conceitos de Aristóteles.
Em nossa próxima aula retornaremos ao texto de Sêneca e prepararemos o caminho para nossa próxima live!
Um abraço e até lá!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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Prof.º Vitor Hugo
13ª AULA
LIVE - 29/07/2020 - 10HS
A Filosofia e os sentimentos humanos (2° parte)
Prezados alunos, na próxima quarta-feira nós temos um encontro marcado às 10:00hs no canal do Youtube da escola para continuarmos nossa leitura e interpretação do livro "Da tranquilidade da alma" de Sêneca. A passagem que discutiremos segue abaixo:
DOUTRINA PESSOAL DE SÊNECA
IV
1. Por mim, muito querido Sereno, sou de opinião que Atenodoro se
inclina e se retira rapidamente demais diante das circunstâncias. Não contesto que
não haja casos onde se deva recuar; mas lentamente, passo a passo, salvando as
bandeiras e a honra militar. Pois obtém-se do inimigo muito mais respeito e
garantias quando nos rendemos com as armas.
2. Aqui está, segundo minha
opinião, o que deve fazer a virtude e aquele que deseja a virtude: se o destino
triunfa e lhe tira os meios de agir, que ele não se apresse em virar as costas e fugir,
largando suas armas e tratando de procurar um abrigo, como se existisse um lugar
no mundo onde se pudesse escapar do destino: mas que ele imponha somente
maior reserva à sua atividade e procure com perspicácia algum emprego que lhe
permita tornar-se outra vez útil à cidade.
3. A carreira militar lhe é proibida? Que ele pretenda as magistraturas: está
ele reduzido à vida particular? Que advogue. O silêncio lhe é imposto? Que ele dê a
seus concidadãos o apoio mudo de sua presença. Mesmo o acesso ao fórum lhe é
perigoso? Que nas residências particulares, nos espetáculos, à mesa, ele se mostre
companheiro honesto, amigo fiel, conviva moderado. Ele não pode mais cumprir
com seus deveres de cidadão? Restam-lhe os deveres de homem.
4. Daí o princípio do qual nós, estóicos, estamos orgulhosos: o de não nos
encerrarmos nas muralhas de uma cidade só, mas de entrarmos em contato com o
mundo inteiro e de professarmos que nossa pátria é o universo, a fim de oferecer à
virtude o mais amplo campo de ação. Excluem-te do tribunal, expulsam-te da
tribuna e dos comícios? Volta-te e olha: quantas extensões imensas, quantas nações
se abrem para ti! Por mais vasta que seja a parte do mundo que te é vedada, aquela
que te é permitida será sempre maior.
5. Mas repara que nem todo mal vem de ti. Pois não queres tomar parte nos
negócios públicos, a não ser como cônsul prítane, "ceryx" ou "sufet". Não queres
tu igualmente fazer a guerra como general ou como tribuno? Mesmo se não figuras
na primeira linha e que a sorte te rebaixa entre os triários, combate de lá, por meio
de tua voz, de tuas exortações, de teu exemplo e de tua moral: tendo as mãos
cortadas, ainda podemos servir nosso partido, continuando firmes no nosso posto
e animando os outros com nossos gritos.
6. Adota uma tática análoga: se a sorte te
afasta das primeiras classes da República, resiste e ajuda os outros com teus brados;
se te apertam a garganta, resiste ainda e auxilia-os por meio de teu silêncio. Jamais
um bom cidadão perde seu trabalho: este é ouvido e é visto. Sua fisionomia, seus
gestos, sua muda obstinação e seu modo de andar, tudo auxilia.
7. Há na medicina substâncias que, sem que se tenha necessidade de proválas ou de tocá-las, agem pelo aroma; assim é a virtude: sua benfazeja influência se
exerce mesmo a distância e sem que ela seja visível. Que ela dê expansão e seja livre
em seus impulsos, ou que ela tenha dificuldade em se desfraldar e seja reduzida a
recolher suas velas; que ela seja ociosa, muda, estreitamente aprisionada, ou que se
abra com facilidade, em todas as situações possíveis ela é útil. Acreditas tu que o
repouso bem empregado não é um exemplo proveitoso?
8. Assim, a melhor regra é
combinar o repouso com a ação, todas as vezes que a atividade pura nos for
perturbada por impedimentos acidentais ou por condições políticas: pois jamais
todos os caminhos nos serão interditados, de modo que não nos reste nenhum
meio de praticar uma ação virtuosa.
V —
1. Onde encontrar uma cidade mais miserável que Atenas, na época em
que era martirizada pelos trinta tiranos? Mil e trezentos cidadãos, elite da
população, pereceram sob seus golpes e sua crueldade, que, longe de saciar, se
exasperava cada vez mais. Numa cidade que possuía o Areópago, o mais justo dos
tribunais, que ao lado de seu Senado possuía entre o povo um outro Senado, via-se
cada dia reunir-se um sombrio grupo de carrascos e uma sinistra cúria estreita
demais para tantos tiranos. Que tranqüilidade podia conhecer esta cidade que
possuía tantos tiranos, até para servir de guarda-costas? Não se podia mesmo
conceber a menor esperança de liberdade e nenhum remédio parecia possível
contra uma tal quantidade de desgraças: onde esta desafortunada cidade encontrou
tantos Harmódios?
2. Sócrates, entretanto, ia e vinha, tranqüilizava os senadores desconsolados,
pregava a coragem àqueles que perdiam a esperança na República; aos ricos, cuja
opulência os fazia estremecer, censurava este arrependimento tardio de sua funesta
cobiça; a quem o queria imitar, oferecia o grande exemplo de um cidadão que
marcha livre, com trinta déspotas ao seu redor.
3. Não obstante, eis que Atenas, ela
mesma, fez morrer este homem numa prisão: ele desafiou impunemente todo um
bando de tiranos, e um governo livre não pôde tolerar sua liberdade. Vê, pois, que
mesmo numa República oprimida o honesto encontra ocasião para mostrar quem
ele é, e que numa República próspera e feliz reinam ao mesmo tempo a crueldade, a
inveja e mil outros vícios dissimulados.
4. Por conseguinte, conforme a situação da República e o que a fortuna nos
permitir, lançar-nos-emos a todo pano ou nos recolheremos em nós mesmos; mas,
em todos os casos, nós nos moveremos sem nos deixarmos paralisar pelo temor.
Aquele que assim proceder, esse será verdadeiramente homem: porque, sentindo-se
envolvido pelos perigos e não ouvindo ao seu redor senão o fragor das armas e das
prisões, evitará a destruição de sua virtude nos obstáculos, mas também não a
esconderá: pois enterrar-se não é conservar-se.
5. Se não me engano, Cúrio Dentato dizia que ele preferia estar morto a
viver morto: o pior dos males não é suprimir-se do número dos vivos, antes de
morrer? Mas façamos assim: se pertencemos a um tempo no qual a vida política é
difícil de ser praticada, tornemos mais ampla a parte do ócio e do estudo: como o
marinheiro nas travessias perigosas, multipliquemos as escalas; e, sem esperar que
os afazeres nos abandonem, desprendamo-nos deles espontaneamente .
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Abraço e até lá!Prof. Vitor Hugo Fieni
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12ª AULA
Virtude e Filosofia
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Ainda comentando um pouco sobre o texto de Sêneca que postamos em nossa décima aula, podemos ressaltar um elemento importante trazido por nosso filósofo: a necessidade de desenvolvermos a virtude. Ele nos mostra a necessidade de nos fazermos úteis às pessoas e evitarmos o isolamento que nos leva à total ociosidade. Sêneca nos diz que é preciso "exortar a juventude e, num tempo tão pobre de mestre de moral, inspirar aos corações a virtude" para impedir que as pessoas se lancem ladeira abaixo na existência humana na alimentação progressiva e irrefreada de seus próprios vícios. Para os filósofos estóicos o conceito de vício se separa totalmente do conceito de razão, pois viver racionalmente é ter a capacidade de guiar a sua própria vida por meio de escolhas equilibradas e não baseadas em desejos instintivos, mas sim na busca da consonância da própria vontade com o conceito de Bem. O Bem é aquilo que é racional, ou seja, equilibrado, capaz de guiar a minha alma para um estado de tranquilidade e quietude.
Vejamos no vídeo abaixo a relação que os estóicos desenvolveram com a virtude e prestemos muita atenção para o exercício que nos é proposto por Sêneca ao final do vídeo:
Como vimos ao final do vídeo, Sêneca nos propõe essa "testemunha mental, que seria como um modelo e um observador de nós mesmos, que sempre nos iria apontando o melhor caminho. O filósofo moderno Immanuel Kant diz que dentro de nós há uma Lei moral e esta lei pode ser acessada por nossa Razão. Nossa inteligência seria capaz de captar essa verdade que habita dentro de nós e é mais ou menos por esse caminho que Sêneca anda quando nos convida a nos guiarmos por nossa inteligência.
Um abraço e até semana que vem!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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12ª AULA
Melancolia x metas de vida
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Prezados alunos, nesta nossa décima segunda aula, vamos refletir sobre algo que falamos em nossa live na semana passada e que faz parte do texto que eu postei em nossa décima aula. É questão da MELANCOLIA, responsável também de trazer às pessoas uma certa sensação de vazio, como se a vida não tivesse sentido. Daí até o desenvolvimento de um quadro depressivo não demora muito, caso a pessoa não consiga resignificar a sua vida, desenvolvendo novas metas, novos objetivos e perspectivas para a própria vida. É o que já podemos ler no primeiro parágrafo do texto da nossa décima aula.
Não temos dúvida que essas questões e problemas são típicos também de nossa época e não apenas do período em que Sêneca viveu. Desta formas, as observações que encontramos no texto do pensador estóico serve também para nós.
No nosso texto, ficou claro que a necessidade de objetivo na vida, de ter um foco, de ter algo para se dedicar e trabalhar, usando assim bem o tempo, é algo que nos ajuda a estar bem conosco, pois nos gera um propósito e nossa vida passa a ter um sentido, um caminho a ser percorrido.
Vejamos no vídeo abaixo uma boa ilustração do que estamos dizendo:
Como vimos no vídeo, há ações que nos auxiliam e outras que nos prejudicam na busca de dar um sentido para nossa vida e fugir da melancolia e da sensação de vazio. Segundo os filósofos estóicos, que é o caso de Sêneca, é necessário que nosso agir, nossa busca de metas, esteja baseado em nossa razão. Não podemos ir vivendo de qualquer modo e permitindo que a vida nos arraste para onde ela quer. Pelo contrário, devemos nós tomarmos as rédeas de nossa existência e dar à ela um rumo planejado, bem pensado e refletido, nos encaminhando para aquilo que nos realiza. Mas para que possamos fazer isso com sucesso, também será necessário que nós tenhamos um bom conhecimento de nós mesmos, de quem somos e, assim, poderemos fazer escolhas assertivas conscientes. Aprofundemos um pouco mais a nossa ideia sobre autoconhecimento no próximo vídeo:
Vejam e revejam esses vídeos quantas vezes forem necessários para que vocês não se esqueçam mais dessas dicas! Releiam mais uma vez o texto da nossa décima aula com calma, pois daqui em diante, nós vamos aprofundar cada vez mais os nossos assuntos.
Um abraço e até a próxima aula!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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11ª AULA
LIVE - 09/07/2020 - 15HS
A Filosofia e os sentimentos humanos
Prezados alunos, esta nossa décima primeira aula não será postada aqui, mas será transmitida ao vivo no canal do YouTube da escola Maria Ortiz na próxima quinta-feira, às 15hs. Nesta live iremos ler e interpretar filosoficamente o texto postado abaixo, na aula anterior, buscando por meio dele a construção do nosso autoconhecimento e, consequentemente, desenvolver uma melhor administração e gerência dos nossos sentimentos e afetos.
Espero você lá!
Não se esqueça de ler o texto antes da aula!
Abraço!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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10ª AULA
Continuação da leitura e interpretação da obra de Sêneca "Da tranquilidade da alma".
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Prezados estudantes; nesta décima aula do nosso blog nós faremos mais uma leitura da obra de Sêneca que estamos estudando ("Da tranquilidade da alma") e em nossas próximas aulas faremos variadas reflexões a respeito dos assuntos tratados pelo nosso filósofo neste trecho. Para que você possa fazer uma boa leitura, concentre-se, leia devagar, volte no texto quantas vezes achar preciso, faça uso de um dicionário quando houver necessidade e, o mais importante, faça desse momento um instante de prazer e alegria. Sinta-se privilegiado(a) em estar dainte de um texto tão frutífero e bonito.
No texto abaixo, vamos ler como Sêneca entende os remédios que Atenodoro receita para os males humanos. Em um trecho futuro, leremos a doutrina pessoal de Sêneca.
Vamos lá!
O REMÉDIO. DOUTRINA DE ATENODORO III
1. "Queres saber o que aconselho contra esta melancolia? O melhor seria, na opinião de Atenodoro, obrigar-se à atividade, tomando parte nos negócios públicos e procurando para si obrigações sociais. Com efeito, vêem-se homens que passam seus dias a expor o corpo à ação do sol, a excitá-lo e a cuidálo: os atletas não podem fazer nada de mais útil do que exercitar desde manhã até a noite seu vigor físico e seus músculos, aos quais consagram sua existência. Da mesma maneira, para nós, que preparamos nossas almas para as lutas da vida civil, o mais belo emprego que podemos fazer de nosso tempo é consagrá-lo inteiramente à tarefa que escolhemos; pois, desde que uma pessoa tem vontade de se tornar útil a seus concidadãos e à humanidade, o meio de nisto se exercitar e aperfeiçoar ao mesmo tempo é lançar-se imediatamente em plena ação e administrar segundo suas aptidões os interesses públicos e particulares.
2. "Mas", acrescenta ele, "como no louco combate das ambições, no meio de tão maus espíritos que caluniam nossas melhores intenções, a retidão não está nada segura, pois deverá encontrar mais dissabores que satisfações, nosso dever é renunciar ao fórum e à vida pública. Mas uma alma elevada encontra mesmo na vida particular abundantes ocasiões para desenvolver seu zelo, e se a fúria do leão e dos outros animais diminui quando são colocados na jaula, não é da mesma maneira com o ardor dos homens, cujas grandes ações se tornam maiores quando realizadas em segredo.
3. "Será necessário, todavia, ao se esconder uma pessoa, em qualquer lugar onde se abrigue seu ócio, procurar tornar-se útil aos indivíduos e à sociedade, pela sua inteligência, sua palavra e seus conselhos. Pois não se é unicamente útil à República lançando candidatos, defendendo acusados, opinando sobre a guerra e a paz; exortar a juventude e, num tempo tão pobre de mestres de moral, inspirar aos corações a virtude, empolgar, deter os extraviados que se lançam ao dinheiro e ao vício e, na falta de melhor, retardar ao menos sua queda: é trabalhar, no domínio particular, pelo bem público.
4. "Por que dizer que o pretor, que julga entre estrangeiros e cidadãos, ou que o pretor urbano, que repete a quantos aparecem a fórmula que lhe dita um assistente, fazem obra mais importante que o filósofo, o qual ensina o que é justiça e o que é o dever, o que são a paciência, a coragem, o desprezo pela morte, o conhecimento dos deuses e, finalmente, como uma boa consciência é um bem que se adquire facilmente?
5. "Por conseguinte, se consagras ao estudo um tempo que roubas à vida social, tu não podes ser acusado nem de abandonar nem de faltar ao teu dever: o bom soldado não está necessariamente na linha de frente, nem defende necessariamente o flanco direito ou o flanco esquerdo: ele pode também vigiar as estradas, posto que por ser menos perigoso não é contudo supérfluo; fazer sentinela durante a noite e velar sobre o arsenal: todas funções que não têm nada de mortífero e que todavia fazem parte das obrigações militares.
6. "Ao te isolares no estudo, tu te livrarás de todos os desgostos da vida, não mais desejarás a noite por aborrecimento do dia e não mais serás uma carga para ti mesmo, nem inútil aos outros. Farás inúmeros amigos e todo homem de bem virá espontaneamente ao teu encontro: pois jamais, por mais obscura que seja, a virtude vive ignorada; existem sinais que revelam sua presença, e todo aquele que for digno sempre a descobrirá.
7. "Se, com efeito, renunciarmos a toda relação com o próximo e nos afastarmos do gênero humano para viver unicamente concentrados em nós mesmos, este isolamento, esta indiferença absoluta, terão por resultado a mais completa ociosidade: começaremos a construir de um lado e a demolir do outro; a repelir o mar, a desviar as águas lutando contra as dificuldades do terreno e a desperdiçar o tempo, que a natureza nos dá para aproveitar.
8. "Assim procedendo, somos ora avarentos, ora generosos: uns, ao gastar, fazem um cálculo minucioso de seu emprego e outros nada guardam. Assim, é o cúmulo que um ancião carregado de anos seja incapaz de provar o quanto tem vivido, a não ser pela invocação da sua própria idade."
Um abraço e até a próxima!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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9ª AULA
A necessidade de traçar objetivos de vida e colocá-los em prática
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Em nossas últimas aulas nós refletimos acerca de alguns vícios humanos e como Sêneca trata cada um deles. No texto que postamos em nossa terceira aula vimos que ter clareza e objetivos de vida, foco e determinação são os remédios para a cura desses males, ou seja, para acabar com a inquietude da alma e gerar tranquilidade. Normalmente, nossa alma fica inquieta e perturbada porque não sabe o que quer e, portanto, não tem a capacidade de se autorealizar, daí advém comumente o seu ressentimento, inveja, preguiça e má administração do tempo, que em seus resultados práticos ruins inflamam o desgosto de si mesmo e geram desânimo e frustração.
Agora leia estas palavras de Sêneca e, em seguida, veja o vídeo abaixo onde você vai encontrar um comentário bem interessante (e algumas dicas) a respeito deste assunto:
"Muitos se detiveram na busca da sorte alheia ou na lamentação da sua; a grande maioria, que nada persegue ao certo, foi lançada a novos projetos por sua frivolidade volúvel, inconstante e descontente consigo mesma. a alguns não agrada nenhuma meta para a qual possam direcionar seu percurso, mas o destino os surpreende entorpecidos e bocejantes, de tal modo que eu não duvidaria ser o verdadeiro o que no maior dos poetas vem afirmado à maneira de um oráculo:
- É diminuta a parte da vida que vivemos.
Realmente, todo o período restante não é vida, e sim tempo."
Um abraço e até a próxima!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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Prof.º Vitor Hugo
8ª AULA
A preguiça e a filosofia
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Nesta oitava aula nós trataremos da
preguiça! Sim! É preciso falar dela e o nosso amigo Sêneca também tratava deste
vício humano tão comum em nossos dias.
Mas, o que é a preguiça?
"Existe uma definição muito simples de
preguiça, com a qual é fácil concordar: “a resistência ao esforço e ao
sacrifício”. Com efeito, o preguiçoso não tem um ideal de perfeição esforçada,
mas de facilidade. Mais do que o bem, move-o a vantagem. Podendo seguir uma
linha cômoda, não se esforçará por subir a encosta íngreme do aprimoramento, da
perfeição.O preguiçoso contentar-se-á com “despachar’ as tarefas e
responsabilidades, sem se importar em deixá-las acabadas. E, à força de se
poupar egoistamente ao esforço, chegará a tornar-se um virtuose na arte
lamentável de contornar os deveres, de “dar um jeito” –como se diz popularmente
– e de outras tantas manhas da moleza.Será que percebemos o vírus oculto, que
anda emboscado por trás dessas atitudes e comportamentos? É, nem mais nem
menos, a fuga do ideal – da perfeição –, a deserção do amor. E essa constatação
é importante para penetrarmos no âmago da preguiça como pecado capital”.
(Francisco Faus)
No vídeo de hoje, veremos uma aula da
excelente professora Lúcia Helena Galvão, voluntária de Nova Acrópole, que comenta
a LEI DO MENOR ESFORÇO sob a luz da Filosofia.
Um abraço e bom proveito!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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7ª AULA
A inveja e a filosofia
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a
todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende
atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no
amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Nesta sétima aula nós estudaremos sobre uma característica humana bastante polêmica: a inveja! Relembremos um trecho da obra "Da tranquilidade da alma" de Sêneca, que lemos na nossa terceira aula e que nos aponta algo sobre este sentimento:
"11. Depois deste despeito pelos sucessos dos outros e deste desespero de
não ser bem sucedido, começa o homem a se irritar contra a sorte, a se queixar do
século, a se recolher cada vez mais em seu canto e aí se abriga sua dor no desânimo
e no aborrecimento. A alma humana é, com efeito, por instinto ativa e inclinada ao
movimento. Toda ocasião para se despertar e para se afastar de si lhe é agradável,
mais particularmente entre as naturezas deterioradas, que pretendem a colisão das
ocupações. Certas úlceras provocam a mão que as irritará e se fazem raspar com
prazer: o sarnento deseja o que irrita sua sarna. Pode-se dizer o mesmo destas
almas, em que as paixões brotam como as úlceras malignas e que consideram um
prazer atormentar-se e sofrer."
Muitas pessoas se irritam e até se desesperam ao ver um colega que conseguiu um bom emprego e está conseguindo comprar um belo carro ou uma bela casa. Às vezes, o motivo da inveja pode estar no fato da amiga ter um cabelo mais bonito que o seu ou porque ela está namorando o rapaz que você desejava. Nesse momento, muitos dizem que a vida é injusta, que no mundo ninguém presta, que ela não é valorizada como deveria, etc. Outras pessoas se trancam dentro do quarto e lá ficam se remoendo, se ressentindo, ou seja, sentido outra vez e outra vez sua inveja e, rapidamente, se tornam pessoas profudamente desanimadas e aborrecidas, carrancudas, que desaprendem a sorrir e a dar bom dia. Tais pessoas ficam se machucando a si mesmas constantemente, como quando temos uma sarna e as unhas, diante da coceira, não se seguram enquanto não se abre uma ferida notável.
Como é que a filosofia encara esse sentimento? De que modo podemos pensa-lo e trabalha-lo?
Neste programa da série “7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje”, o historiador e filósofo Leandro Karnal nos mostra como a inveja pode ser a porta de entrada para um corajoso mergulho em nós mesmos, para conhecermos quem somos e o que buscamos. Assista ao vídeo e escreva nos comentários o que você pensa sobre esse tema!
Um abraço e até a próxima!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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6ª AULA
Live de revisão e debate
Prezados alunos;
Nesta quinta aula o nosso conteúdo não será postado aqui no blog, pois a mesma será realizada no dia 03/06/2020, às 10hs, em uma live que acontecerá via YouTube da escola Maria Ortiz. Espero todos vocês on line para que possamos conversar sobre os temas que tratamos até aqui nas postagens anteriores, assim como abordarmos assuntos referentes ao autoconhecimento e sua ligação com a filosofia, especialmente dentro desse cenário de pandemia e isolamento que estamos vivendo. Espero você lá!
Abraço!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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Prof.º Vitor Hugo
5ª AULA
O problema do tempo no pensamento de Sêneca
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a
todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende
atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no
amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Nesta quinta aula, veremos uma das mais importantes questões abordadas pelo filósofo romano que estamos estudando: a questão da administração do tempo! Este assunto faz parte ainda da reflexão que estamos fazendo do trecho da obra "Da tranquilidade da alma" que lemos em nossa terceira aula. Caso você ainda não tenha lido, desça um pouco esta página e leia, pois é fundamental que isso aconteça.
Para Sêneca, como já percebemos, o mal uso que fazemos do tempo tem graves consequências em nossas vidas. Primeiramente, podemos dizer que é comum vermos pessoas reclamando que têm pouco tempo para fazer isto ou aquilo. Na verdade, Sêneca nos ensina que a má administração que fazemos do nosso tempo é que nos leva a ter este tipo de percepção. Não é difícil (principalmente no mundo atual, cheio de entretenimentos) que nos dispersemos em várias atividades infrutíferas, tanto para a nossa mente quanto para nossa alma. É comum que muitos de nós percam horas e horas em redes sociais vendo bobagens inúteis, assim como no uso exagerado da TV e jogos virtuais. Tudo isso têm uma capacidade enorme de roubar o nosso tempo e nos trazer vários prejuízos como, por exemplo, uma possível queda de desempenho das atividades escolares. Essa questão é muito séria, pois não é incomum que algumas pessoas passem a vida toda jogando tempo fora com coisas sem o menor valor ou proveito. Isso faz com que muitos indivíduos cheguem ao final da vida com uma sensação de que o tempo "voou" e que agora, na velhice, não há mais muito o que fazer. É evidente que esta situação deva ser muito pesarosa e desagradável. Diante deste problema, Sêneca escreveu um livro chamado "Sobre a brevidade da vida", justamente com o intuito de debater essas questões.
Vejamos agora um ótimo e didático resumo desta obra que acabamos de citar:
E aí? Assistiu? Muito legal, né? Confesso a vocês que essas ideias do Sêneca sempre me fascinaram e continuam me ensinando todos os dias! Indico muitíssimo a leitura na íntegra deste livro para todos vocês. O nosso tempo é a nossa grande joia! Ele é um tesouro que, quando perdido, não pode ser reconquistado. Uma hora perdida, um dia perdido, um ano perdido, NUNCA MAIS PODERÃO SER RECONQUISTADOS. Este é o grande drama desta questão!
Agora vou deixar para vocês o áudio do livro COMPLETO! Como o livro "Sobre a brevidade da vida" é bem curtinho, o áudio dura pouco mais de uma hora. Aproveite!
Vamos continuar estudando e aproveitando esse período da quarentena para o nosso crescimento pessoal e intelectual!
Não deixe de fazer seus comentários ao final desta página!
Abraço!
Prof. Vitor Hugo Fieni
Para Sêneca, como já percebemos, o mal uso que fazemos do tempo tem graves consequências em nossas vidas. Primeiramente, podemos dizer que é comum vermos pessoas reclamando que têm pouco tempo para fazer isto ou aquilo. Na verdade, Sêneca nos ensina que a má administração que fazemos do nosso tempo é que nos leva a ter este tipo de percepção. Não é difícil (principalmente no mundo atual, cheio de entretenimentos) que nos dispersemos em várias atividades infrutíferas, tanto para a nossa mente quanto para nossa alma. É comum que muitos de nós percam horas e horas em redes sociais vendo bobagens inúteis, assim como no uso exagerado da TV e jogos virtuais. Tudo isso têm uma capacidade enorme de roubar o nosso tempo e nos trazer vários prejuízos como, por exemplo, uma possível queda de desempenho das atividades escolares. Essa questão é muito séria, pois não é incomum que algumas pessoas passem a vida toda jogando tempo fora com coisas sem o menor valor ou proveito. Isso faz com que muitos indivíduos cheguem ao final da vida com uma sensação de que o tempo "voou" e que agora, na velhice, não há mais muito o que fazer. É evidente que esta situação deva ser muito pesarosa e desagradável. Diante deste problema, Sêneca escreveu um livro chamado "Sobre a brevidade da vida", justamente com o intuito de debater essas questões.
Vejamos agora um ótimo e didático resumo desta obra que acabamos de citar:
E aí? Assistiu? Muito legal, né? Confesso a vocês que essas ideias do Sêneca sempre me fascinaram e continuam me ensinando todos os dias! Indico muitíssimo a leitura na íntegra deste livro para todos vocês. O nosso tempo é a nossa grande joia! Ele é um tesouro que, quando perdido, não pode ser reconquistado. Uma hora perdida, um dia perdido, um ano perdido, NUNCA MAIS PODERÃO SER RECONQUISTADOS. Este é o grande drama desta questão!
Agora vou deixar para vocês o áudio do livro COMPLETO! Como o livro "Sobre a brevidade da vida" é bem curtinho, o áudio dura pouco mais de uma hora. Aproveite!
Vamos continuar estudando e aproveitando esse período da quarentena para o nosso crescimento pessoal e intelectual!
Não deixe de fazer seus comentários ao final desta página!
Abraço!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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Prof.º Vitor Hugo
4ª AULA
Reflexões a respeito dos problemas abordados nos parágrafos 3 a 12 do segundo capítulo da obra "Da tranquilidade da alma" de Sêneca
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a
todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende
atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no
amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Nesta quarta aula, nós nos dedicaremos a refletir os assuntos que estão ao fundo de tudo que tivemos a oportunidade de ler na aula anterior. Como vimos, Sêneca trata de problemas ligados ao caráter humano de uma forma bastante prática e inteligente. Todos nós possuímos defeitos que nos acometem ao longo de nossa vida e, muitas vezes, se não os tratamos e damos a devida atenção a eles, os mesmos acabam por nos prejudicar em variados campos de nossas vidas.
Basicamente, no texto anterior estão intrínsecos temas como a inveja, o ressentimento, a ansiedade, a preguiça e a má administração do tempo. Nesta aula e nas próximas nós veremos alguns vídeos que nos possibilitarão refletir a respeito destas questões humanas. Alguns desses vídeos tratarão especificamente do pensamento de Sêneca, outros farão a abordagem a partir de outras áreas do conhecimento humano, como a psicologia, por exemplo, que em muito nos auxilia na busca de nosso autoconhecimento.
Para começar, vamos abordar um tema que é também um mal muito comum na nossa época: a ansiedade! No vídeo abaixo veremos como a corrente estóica, a qual Sêneca pertencia, pode nos ajudar nesse sentido.
Agora nós veremos algumas reflexões gerais sobre a ansiedade que podem te ajudar bastante a lidar com esse problema ou, até mesmo, ajudar algum amigo a compreender melhor essa questão.
E como podemos lidar com a ansiedade em tempos de pandemia? Estamos trancafiados em casa, com várias inseguranças e receios, ou seja, é um prato cheio pra uma mente ansiosa! O vídeo abaixo com certeza pode te ajudar!
Veja esses vídeos com calma e atenção! Na próxima aula, nós continuaremos refletindo a respeito desses sentimentos e sensações abordados pelo Sêneca na busca do nosso autoconhecimento.
Bons estudos e até lá!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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Prof.º Vitor Hugo
3ª AULA
Leitura dos parágrafos 3 a 12 do segundo capítulo da obra "Da tranquilidade da alma" de Sêneca
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a
todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende
atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no
amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Nesta terceira aula, nós faremos a leitura de um trecho da obra de Sêneca que estamos estudando, "Da tranquilidade da alma", mais exatamente, os parágrafos de 3 a 12 do segundo capítulo do livro, onde o filósofo inicia o seu discurso em resposta à carta recebida de seu amigo Sereno.
Leia com calma e atenção este texto. Respeite a pontuação e fique atento à entonação das frases e expressões que o autor deseja enfatizar. De preferência, releia o texto duas ou três vezes. Não tenha pressa! Medite com calma as ideias que estão sendo expostas.
Vamos à leitura!
Sêneca a Sereno
"3. O objeto de tuas aspirações é, aliás, uma grande e nobre coisa, e bem
próxima de ser divina, pois que é a ausência da inquietação. Os gregos chamam este
equilíbrio da alma de "euthymia" e existe sobre este assunto uma muito bela obra
de Demócrito. Eu o chamo "tranqüilidade", pois é inútil pedir palavras emprestadas
para nosso vocabulário e imitar a forma destas mesmas: é a idéia que se deve
exprimir, por meio de um termo que tenha a significação da palavra grega, sem no
entanto reproduzir a forma.
4. Vamos, pois, procurar como é possível à alma caminhar numa conduta
sempre igual e firme, sorrindo para si mesma e comprazendo-se com seu próprio
espetáculo e prolongando indefinidamente esta agradável sensação, sem se afastar
jamais de sua calma, sem se exaltar, nem se deprimir. Isto será tranqüilidade.
Procuremos, de um modo geral, como se pode alcançá-la: tu tomarás, como
entenderes, tua parte do remédio universal.
5. Mas ponhamos desde logo o mal em evidência, em toda a sua diversidade:
cada qual nele reconhecerá o que lhe diz respeito pessoalmente. Ao mesmo tempo,
dar-te-ás conta de tudo quanto tens menos a sofrer deste descontentamento de ti,
do que aqueles que, estando ligados por uma profissão de fé faustosa e ornando
com um nome pomposo a miséria que os consome, teimam no papel que
escolheram, menos por convicção que por questão de honra.
6. Para todos os doentes o caso é o mesmo: tanto tratando-se daqueles que
se atormentam por uma inconstância de humor, seus desgostos, sua perpétua
versatilidade e sempre amam somente aquilo que abandonaram, como aqueles que
só sabem suspirar e bocejar. Acrescenta-lhes aqueles que se viram e reviram como
as pessoas que não conseguem dormir, e experimentam sucessivamente todas as
posições até que a fadiga as faça encontrar o repouso: depois de ter modificado
cem vezes o plano de sua existência, eles acabam por ficar na posição onde os
surpreende não a impaciência da variação mas a velhice, cuja indolência rejeita as
inovações. Ajunta, ainda, aqueles que não mudam nunca, não por obstinação, mas
por preguiça, e que vivem não como desejam, mas como sempre viveram.
7. Há, enfim, inúmeras variedades do mal, mas todas conduzem ao mesmo
resultado: o descontentamento de si mesmo. Mal-estar que tem por origem uma
falta de equilíbrio da alma e das aspirações tímidas ou infelizes, que não se atrevem
a tanto quanto desejam, ou que se tenta em vão realizar e pelas quais nos cansamos
de esperar. É uma inconstância, uma agitação perpétua, inevitável, que nasce dos
caracteres irresolutos. Eles procuram por todos os meios atingir o objeto de seus
votos: preparam-se e constrangem-se a práticas indignas e penosas. E, quando seu
esforço não é recompensado, sofrem não de ter querido o mal, mas de o ter
querido sem sucesso.
8. Desde então, ei-los presos, ao mesmo tempo, do arrependimento de sua
conduta passada e do temor de nela recair, e pouco a pouco se entregam à agitação
estéril de uma alma que não encontra para suas dificuldades nenhuma saída, porque
ela não é capaz nem de mandar nem de obedecer às suas paixões: entregam-se à
aflição de uma vida que não chega a ter expansão, e, enfim, a esta indiferença de
uma alma paralisada no meio da ruína de seus desejos.
9. Tudo isto se agrava quando, superada uma tão odiosa angústia, nos
refugiamos no ócio e nos estudos solitários, nos quais não se saberá resignar uma
alma apaixonada da vida pública, e paciente de atividade, dotada de uma
necessidade natural de movimento e que não encontra em si mesma quase nenhum
consolo. De sorte que, uma vez atraídos pelas distrações que as pessoas atarefadas
devem mesmo às suas ocupações, não mais suportamos nossa casa, nosso
isolamento e as paredes de nosso quarto; e nos vemos com amargura abandonados
a nós mesmos.
10. Daí este aborrecimento, este desgosto de si, este redemoinho de uma
alma que não se fixa em nada, esta sombria impaciência que nos causa nossa
própria inércia, principalmente quando coramos ao confessar as razões, e o respeito
humano recalca em nós nossa angústia: estreitamente encerradas numa prisão sem
saída, nossas paixões aí se asfixiam. Daí a melancolia, a languidez e as mil
hesitações de uma alma indecisa, que a semi-realização de suas esperanças prolonga
na ansiedade e seu malogro na desolação; daí esta disposição para amaldiçoar seu
próprio repouso, para lamentar-se por não ter nada a fazer e para invejar
furiosamente todos os sucessos do próximo (pois nada alimenta a inveja como a
preguiça desgraçada, e se desejaria ver todo o mundo malograr, porque não se
soube obter êxito).
11. Depois deste despeito pelos sucessos dos outros e deste desespero de
não ser bem sucedido, começa o homem a se irritar contra a sorte, a se queixar do
século, a se recolher cada vez mais em seu canto e aí se abriga sua dor no desânimo
e no aborrecimento. A alma humana é, com efeito, por instinto ativa e inclinada ao
movimento. Toda ocasião para se despertar e para se afastar de si lhe é agradável,
mais particularmente entre as naturezas deterioradas, que pretendem a colisão das
ocupações. Certas úlceras provocam a mão que as irritará e se fazem raspar com
prazer: o sarnento deseja o que irrita sua sarna. Pode-se dizer o mesmo destas
almas, em que as paixões brotam como as úlceras malignas e que consideram um
prazer atormentar-se e sofrer.
12. Não existem igualmente prazeres corporais que se reforçam com uma
sensação dolorosa, como quando uma pessoa se vira sobre o lado que ainda não
está fatigado e se agita sem cessar procurando uma posição melhor? Semelhante a
Aquiles, de Homero, deitando-se ora de bruços ora de costas e experimentando sucessivamente todas as posições possíveis. E não é isso o natural da doença, nada
suportar por muito tempo e tomar a mudança por um remédio?"
Na próxima aula nós faremos juntos, por meio de vídeos e comentários, a reflexão destas ideias, mas, para isto, é necessário que você faça a sua parte, como já descrito acima!
Grande abraço e bons estudos!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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Prof.º Vitor Hugo
2ª AULA
Vídeo análise da obra "Da tranquilidade da alma" de Sêneca
A disciplina eletiva “AUTOCONHECIMENTO POR MEIO DA LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS FILOSÓFICOS" apresenta-se como um auxílio a
todas as disciplinas no que se refere à leitura e interpretação e pretende
atender à necessidade humana do autoconhecimento, afim de auxiliar no
amadurecimento humano, seja no campo afetivo ou profissional.
Nesta segunda aula nós veremos uma excelente análise animada do livro DA TRANQUILIDADE DA ALMA, de SÊNECA, que estamos
estudando nesta disciplina.
As máximas de Sêneca abordadas nessa resenha
animada são:
1) Deve-se dar à alma algum descanso. Repousando, ela se torna
mais atilada para a ação.
2) Mesmo que apenas eu saiba o que estou fazendo,
agirei como se todos estivessem me vendo.
3) Convém nos afastar da pompa e
medir a utilidade das coisas, e não a sua beleza exterior.
4) Talentos forçados
respondem mal; Se a natureza é relutante, o trabalho é infrutífero.
5) Seguimos
a nós mesmos e não conseguimos jamais nos desembaraçar de nossa própria
companhia!
Assim, devemos saber que o mal contra o qual trabalhamos não vem dos
lugares, mas de nós mesmos.
Para assistir ao vídeo clique AQUI!
Por meio deste vídeo já teremos uma pequena ideia de conjunto desta obra. Isso em muito nos auxiliará nas futuras leituras e interpretações que faremos do texto de Sêneca.
Não deixe de comentar o que vc achou deste vídeo e diga qual parte você mais gostou, justificando sua resposta!
Um abraço!
Prof. Vitor Hugo Fieni
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1ª AULA
Sêneca e a raiva
Na aula desta semana iremos conhecer um pouco mais sobre o filósofo que estamos estudando, Lúcio Aneu Sêneca.
Abraço e bons estudos!!!
Para isso, vou indicar a vocês um vídeo excelente que conta um pouco da história do nosso filósofo e também mostra como as suas principais preocupações sobre a vida prática ainda fazem muito sentido para a nossa época. AQUI, vocês assistirão ao ótimo documentário do professor Alain de Botton, chamado "Sêneca e a raiva", que reflete sobre como esse sentimento (a raiva) está muito presente em nossa vida, desde a antiguidade até os tempos atuais. Quem de nós já não se viu obrigado a ter que lidar com esse sentimento? Por quantas vezes ele já nos prejudicou e bagunçou a nossa vida? Como podemos lidar com ele? Não seria a raiva fruto da errada ideia de que tudo deveria sair como desejamos? Sêneca mostra que nutrimos muitas expectativas sobre as coisas e as pessoas, mas quando algo acontece do contrário do que esperamos, geralmente ficamos irados ou tristes, o que seria um grande erro, na verdade, uma inocência, pois deveríamos saber de antemão que as coisas não saem nem devem sair conforme os nossos desejos. Surpresas (positivas e negativas) fazem parte da vida, logo há que esperá-las sem grandes sofrimentos e isso é ser racional.
Se possível, indico que vocês assistam o vídeo até mesmo em família, pois estou certo que o assunto em questão pode ser útil para todos.
Se possível, indico que vocês assistam o vídeo até mesmo em família, pois estou certo que o assunto em questão pode ser útil para todos.
Espero que vocês gostem! E, por fim, seria bem legal se vocês também comentassem o que acharam e aprenderam com o vídeo!
Abraço e bons estudos!!!
Muito bom!! 👍
ResponderExcluirValeu!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirainda bem que agora eu sei que esse blog existe, o conteúdo é simplesmente perfeito!
ResponderExcluirEstou vendo os conteúdos agora, está tudo bem explicado
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO assunto da sétima aula é muito necessário, é algo que fazemos sem nem perceber, vou assistir ao vídeo agora, obrigada por proporcionar essa aula!
ResponderExcluirSempre soube que não iria me arrepender de ter escolhido essa eletiva! Excelente.
ResponderExcluirA oitava aula está ótima!!
ResponderExcluirQue bom que está gostando!
ExcluirAcabei de ver a aula 9 e 10, os assuntos são sempre legais, os textos são sempre bem explicativos e nada de exaustivo
ResponderExcluirSobre a aula 10.. dá para refletir muito nesse texto "O REMÉDIO. DOUTRINA DE ATENODORO III", como nesse trecho aqui: "e se a fúria do leão e dos outros animais diminui quando são colocados na jaula, não é da mesma maneira com o ardor dos homens, cujas grandes ações se tornam maiores quando realizadas em segredo."
ResponderExcluirIsso! Vamos levar essas questões para a live!
Excluir(...) Em que as paixões brotam como as úlceras malignas e que consideram um prazer atormentar-se e sofrer." 👏 👏
ResponderExcluir13° aula...
ResponderExcluir(...) Daí o princípio do qual nós, estóicos, estamos orgulhosos: o de não nos encerrarmos nas muralhas de uma cidade só, mas de entrarmos em contato com o mundo inteiro e de professarmos que nossa pátria é o universo.
Que texto incrível!!
Muito bom mesmo!
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